Li a notícia “Número de alunos a aprender Latim diminuiu 80 por cento em dois anos”, in PUBLICO, 15-JUN-08, http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1331745 e não fiquei preocupado.
Não fiquei preocupado com a notícia, em si, nem com os números – 1651 alunos em 2006, reduzidos para 313, em 2008 – nem sequer com a justificação do secretário de Estado da Educação para essa redução. O secretário Valter Lemos diz que, apesar de haver professores para ensinar latim, o interesse dos alunos é reduzido, porque os estudantes não estão interessados em aprender línguas clássicas.
Ainda bem que a lei da oferta e da procura funciona na educação em Portugal, porque assim podemos estar descansados quanto ao futuro dos nossos jovens estudantes. A perspectiva, defendida pelo secretário, de ter os estudantes a escolher as matérias que querem aprender é moderna e liberal, viva! Assim, sabemos que o interesse que os mesmos estudantes continuam a manifestar na aprendizagem das matemáticas e do Português só nos trará anos de prosperidade e desenvolvimento nas ciências e na língua e cultura Portuguesas. Talvez até já não seja necessário fazer o acordo ortográfico!
Segundo o secretário, o problema não está nas políticas educativas, mas nos estudantes, tal como— digo eu --, na saúde, o problema não estará na política, mas nos doentes: enquanto os doentes insistirem em escolher as suas próprias doenças, o Estado não se pode comprometer a ter o serviço de saúde que esses doentes –enquanto contribuintes—pagam, nem a ter os funcionários públicos que esses mesmos contribuintes—enquanto cidadãos—pagam.
Então, se toda a gente sabe que ninguém está interessado em ter funcionário públicos e políticos incompetentes, porque raio é que eles existem? Não há aqui o raio da lei da oferta e da procura?
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2 comentários:
porra mário, estás gordo...
Jorge Cruz
Voltei para ler com mais atenção o teu blogue. Fizeste-me recordar coisas que já não me lembrava como por exemplo o "bumda gorda" do Spies, e essa viagem, que eu não fiz por falta de patrocinios, à alemanha. E que fazes por aí? conta coisas. Estou mesmo a pensar ser guiado por ti numa visita a Milão, porque me agradou o roteiro que descreves e o convite que fazes é publico (parece-me aliás ser um dos objectivos do teu blogue).
Jorge Cruz
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