sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

A fonte do Tritão


O café greco e sua torta
Praça de Espanha

Pintor de rua
E o fantástico Panteão!!


Roma é uma cidade sufocativamente monumental. Foi preciso algum tempo até conseguir reduzir a cidade a algo habitável, estreitar a distância imposta pela História e sentir-me um verdadeiro cidadão de Roma—no espaço, não no tempo, claro... Digo cidadão porque não gosto de me sentir turista quando visito uma cidade, chateia-me a ideia de ter de venerar a História, gosto de conhecer uma cidade como se lá morasse, sem ter de me vergar sob o peso das pedras. Em Roma levou tempo mas, consegui. Não é que tenha conhecido ou visto, sequer, toda a cidade, mas consegui estabelecer um conjunto de referências geográficas e sociais—e gastronómicas, claro!—que me permitem escrever a minha “história” de Roma. Entre outros romanos, conheci o Emílio, taxista convicto, de quem posso dar o número de telefone. Trabalha 12 horas por dia, mas só começa ao meio-dia, por causa do trânsito. Conhecemos o “pronto soccorso” do hospital de San Giovanni e o sistema de saúde romano, graças a uma reacção alérgica da Joana. Ficámos clientes regulares de dois ou três restaurantes à segunda visita, com direito a mesa longe da porta e dos sanitários… Lanchámos no degradante café Greco, ao pé da Praça de Espanha, ficámos amigos do Francesco, que nos alugou o apartamento na via Nazionale e não quis cobrar a saída tardia porque a Joana estava doente (o Francesco, para além de dono do apartamento em que ficámos, tem uma tabacaria e ofereceu-me uns “baci” para dar à Joana, bombons que ela comeu imediatamente; no dia seguinte, o desgraçado ficou preocupado quando soube que a reacção alérgica se tinha devido a algo que a Joana comera…)


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008


Desculpem, não resisti!

ROMA...





Ouvi o Mestre Júlio Resende dizer que, para ele, o Inferno é um sítio que não tem sombras.
Roma não é!

domingo, 17 de fevereiro de 2008


Dallas, USA, semana passada

Albrecht Dürer na Ambrosiana

Não perder, vi esta exposição no Guggenheim de Bilbao em Agosto, é FANTÁSTICA!

NO SMOKING

Fui a Atenas e fiquei três dias. Voltei asmático e com os pulmões cheios de fumo... Estando em Itália há seis meses, já não fazia ideia de como era um ambiente de fumadores!


SUCESSO!!
O jantar saiu óptimo! O “tian” ficou fantástico e fiz também uma espécie de tortilha de batata (que já não fazia desde a Carrapateira) e que ficou melhor que nunca. O bifezinho, claro, aqui do nosso talho do bairro, ficou cauterizado (“braised”, segundo os saxões), suculento e deixou-se deglutir em harmonia com o Châteauneuf-du-Pape.

A receita aqui vai: VENHAM CÁ!

Agora, umas palavras especiais para a “torta” da sobremesa. A Célia teve a fantástica ideia de trazer uma instituição para o jantar: a Torta Pistocchi (lê-se pistóqui)! É um doce verdadeiramente fascinante, peitoral e profilático (até porque o chocolate foi incluído, pela OMS, na categoria de “alimentos medicamentos”). Ingredientes: chocolate negro de grande qualidade, cacau amargo e natas.
www.tortapistocchi.it

sábado, 16 de fevereiro de 2008


Hoje vamos ter jantarada!
Estou a pensar fazer uma coisa que vi numa revista que me apareceu à frente esta manhã. Trata-se de um assado de vegetais, cortados em fatias finas, feito no forno à moda do Luberon--a revista é a Coté Sud, número 108, de Outubro-Novembro 2007.

É claro que, depois de ter visto a receita e as fotos na Coté Sud, porque desconfio do poder da “media”, fui fazer pesquisa na www (em italiano, vuvuvu) e encontrei uma co-bloguer com uma versão completamente diferente deste prato (na revista e neste blogue, ambas as receitas aparecem com o nome de “tian”, agradeço aos francófonos que me esclareçam se este é um nome genérico, porque assim, a discrepância fica justificada). Aqui fica o “link” da parceira… http://questcequonmange.blogspot.com/2007/06/un-tian-courgette-chvre-et-menthe-et-un.html


Seja como for, os ingredientes já cá cantam, falta agora decidir qual das versões vou usar como guião (sim, que eu não sou de ler manuais em detalhe, prefiro ler rapidamente, interpretar –mal, geralmente—e passar ao fogo!). Se correr bem, blogo a receita.
Como a Joana é avessa a comer só vegetais (justificada por uma carreira desportiva que já passou pelo ballet, judo, natação, basketball e vai a caminho do futebol), temos também uns magníficos nacos de novilho (vai chegar para quem se meter no TAP das 14h55) que vou grelhar na minha All-Clad (podem ver o que é na vuvuvu…)
Vinhaça… pois então! Temos um Châteauneauf-du Pape 2004 tinto (Château La Nerthe), pelo que fica já decidido que vou abolir o tomate da receita, para não a tornar demasiado ácida (ontem por curiosidade, abri uma versão branca do mesmo produtor, fantástico! Estou ansioso por provar o tinto!)
Depois conto como foi.
Ciao

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008


Caros Amigos!

Decidi criar um blogue para atraír o pessoal a Milão! Já que ninguém, de sua livre vontade, decide aparecer...
Como sabem, estamos cá desde Agosto. Habituámo-nos rapidamente à cidade. É uma cidade complexa, conhece-se aos poucos, no sentido em que tem de se conhecer como se prova um vinho "complexo"... por um lado, hostil e dura, por outro, provinciana e frágil, cheia de camadas de história, pedra talhada, culturas, aromas de um "bouquet" extraordinário, com um final persistente... Aos sábados, durante a manhã, porque moramos no centro, a cidade é só nossa-- permite-se desfrutar como os milaneses sempre a desfrutaram--, acorda lentamente, materializa-se perguiçosamente através da azáfama dos mercados de rua e do rolar metálico dos "tram"; aos domingos, acorda mais tarde, as familias milanesas vão à missa e almoçam fora, os turistas e os que vivem na periferia chegam mais tarde e todos se passeiam pelas ruas do centro, lojas abertas -- FNAC's, galerias Vittorio Emanueles, etc.