O café greco e sua torta
Praça de Espanha
Pintor de rua
E o fantástico Panteão!!
Pintor de rua
E o fantástico Panteão!!
Roma é uma cidade sufocativamente monumental. Foi preciso algum tempo até conseguir reduzir a cidade a algo habitável, estreitar a distância imposta pela História e sentir-me um verdadeiro cidadão de Roma—no espaço, não no tempo, claro... Digo cidadão porque não gosto de me sentir turista quando visito uma cidade, chateia-me a ideia de ter de venerar a História, gosto de conhecer uma cidade como se lá morasse, sem ter de me vergar sob o peso das pedras. Em Roma levou tempo mas, consegui. Não é que tenha conhecido ou visto, sequer, toda a cidade, mas consegui estabelecer um conjunto de referências geográficas e sociais—e gastronómicas, claro!—que me permitem escrever a minha “história” de Roma. Entre outros romanos, conheci o Emílio, taxista convicto, de quem posso dar o número de telefone. Trabalha 12 horas por dia, mas só começa ao meio-dia, por causa do trânsito. Conhecemos o “pronto soccorso” do hospital de San Giovanni e o sistema de saúde romano, graças a uma reacção alérgica da Joana. Ficámos clientes regulares de dois ou três restaurantes à segunda visita, com direito a mesa longe da porta e dos sanitários… Lanchámos no degradante café Greco, ao pé da Praça de Espanha, ficámos amigos do Francesco, que nos alugou o apartamento na via Nazionale e não quis cobrar a saída tardia porque a Joana estava doente (o Francesco, para além de dono do apartamento em que ficámos, tem uma tabacaria e ofereceu-me uns “baci” para dar à Joana, bombons que ela comeu imediatamente; no dia seguinte, o desgraçado ficou preocupado quando soube que a reacção alérgica se tinha devido a algo que a Joana comera…)