As literaturas Europeia e Portuguesa responderam artística e esteticamente ao contexto geral de crise e de pluralidadeda do fim do século XIX da mesma forma que o Claude, meu companheiro de viagem de ontem:
"Les influences de Wagner, Franck ou Massenet ne furent sur lui qu'éphemeres. Il connaît les gamelangs javanais; mais sa conception de l'art, certaines formes de son esthétique rappellent plutôt celles de nos classiques (Couperin, Rameau) ou celles des polyphoneistes dont il admire la pleine concision. Son instinct musical, ses recherches constantes des sonorités les plus subtiles, des formes les plus souples, son évident horreur du romantisme, des développements classiques et tout prévus, l'ont conduit à parler un langage absolument neuf. Il s'aplique moins à trouver des mèlodies qu'à créer, par une suite d'harmonies capiteuses (onzièmes, treizièmes), une atmosphère chatoyante, mystérieuse. Chez lui, chaque accord a sa saveur, chacun sa couleur. Ansi, le poète, qui est un peintre, procède-t-il par touches légères. Il affectionne les gammes par tons entiers, dédaigne les résolutions, la distinction jusqu'alors observée entre modes majeurs et mineurs. S'affranchir de la loi tonale, fragmenter les thèmes, laisser à la trame musicale toute la souplesse nécessaire, fuir tout ce qui est statique, suggérer par contre tout ce qu'il y a de fuyant, d'éthéré dans la nature comme dans la pensée, telles paraissent être ses préoccupations. Indépendent, «Claude de France» est un créateur profond qui a «libéré» la musique de l'emprise wagnérienne. Son art allait révolutionner la musique européenne." [1]
As literaturas, Europeia e Portuguesa, chegam ao final do século XIX com o Realismo e o Naturalismo de um Balzac e um Stendhal europeus; e de um Eça e um Garrett portugueses, flamejados de um Positivismo em Teófilo Braga e de uma série de outros ismos (determinismo, decadentismo, darwinismo, simbolismo).
Mas, sobretudo, as literaturas chegam ao final do século conscientes de que os valores estéticos têm de mudar e tentam de facto mudá-los com atitude crítica, voluntária, consciente de cisão, de fim-de-uma-época, início de algo novo, vanguarda.
O Simbolismo, por exemplo, nasce do manifesto publicado por Jean Moréas, no Figaro (1886); o Modernismo (sobretudo em Inglaterra e na América do Norte) nasce de autores "que manifestam uma consciência crítica face aos géneros literários tradicionais e ao que convencionam chamar a 'frase literária': autores como T.S. Eliot (1885-1965), que, marcados pela segmentação do saber (filosofia, antropologia, psicologia, psicanálise), exploram as possibilidades linguísticas do discurso sintacticamente fragmentado ou as representações do discurso anterior." [2]; o Futurismo, da teorização de Marinetti, e Almada-Negreiros, também na forma de manifestos...
BASTA PUM BASTA!
[1]Dufourcq, Norbert, 1960. Petite histoire da la musique. Paris: Larousse
[2]Malato, Maria Luísa, 2008. História da literatura europeia. Uma introdução aos estudos literários. Lisboa: Quid Juris
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