Como consequência de todas as transformações da transição entre o séc.XIX e o XX -- ou talvez apenas como contraponto --, crescem tensões sociais e políticas por toda a Europa que viriam a resultar na primeira guerra mundial.
Na sequência dos esforços de expansão já antes iniciados nas Américas e na Ásia (lembrem-se que, nesta época já se celebrava o centenário da independência dos Estados Unidos da América), a necessidade de obter matérias primas para a indústria empurra os principais países europeus para a África. Em Portugal, a independência do Brasil e o fim da escravatura deixam o país sem importantes fontes de rendimento e de fornecimento de matéria prima.
Portugal leva (mais passiva do que activamente!) os imperialistas europeus a regulamentar, em Berlim (em 1884 e 1885), a posse das terras africanas, tentando garantir uma ligação portuguesa entre as duas costas do continente negro; e inicia expedições para conseguir tratados de vassalagem dos povos autóctones.
O mapa cor-de-rosa, desenhado para unir Moçambique a Angola, colorida bandeira de paixões patrióticas, desfraldada aos ventos europeus, foi mais tarde posto em causa pela Inglaterra que fez um ultimato a Portugal.
"[…]Portugal era um pequeno estado, fraco e atrasado[…], virtualmente uma semi-colónia da Grã Bretanha; e só os olhos da fé podiam descobrir qualquer traço de desenvolvimento económico. Apesar disso, Portugal continuava a ser um membro do círculo dos estados soberanos e um vasto império colonial, graças à sua História; e conservava o seu império africano, não só porque as potências rivais europeias não conseguiam decidir como reparti-lo mas também porque, sendo um país 'europeu', as suas possessões não eram consideradas como objecto de conquista colonial." Hobsbawn, Eric (2007, p.22)
O Ultimato Inglês, de 1889, que ameaçava guerra a Portugal se não acabasse com o projecto do mapa cor-de-rosa, provocou mal-estar na sociedade portuguesa e deixou um forte vinco de humilhação durante décadas.
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